Meu Ideal-ES mobiliza aposentados e pensionistas em dia de debates e vivências
O “Meu Ideal/ES – Os nossos sonhos não envelhecem”, proporcionou um dia cheio de conhecimento, vivências e novas experiências para aposentados e pensionistas capixabas. O evento foi promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e Associação do Pessoal da Caixa do Espírito Santo (Apcef/ES) nesta quinta-feira, 05, na sede da Apcef/ES, na cidade de Serra.
A programação contou com debates, atividades culturais, lúdicas, de promoção do autocuidado e do bem-estar dos participantes.
“Eu gostei de tudo, desde a bufê até a música, estava tudo perfeito. E as falas e palestras foram muito interessantes, fazendo uma ligação entre futuro, bem-estar, qualidade de vida e a pauta a ser assumida por nós, na defesa dos nossos direitos”, avaliou a bancária Ângela Barone.
Num evento que fala também sobre ideais, ela compartilhou o ideal que carrega consigo. “O meu sonho é, por um lado, ver as Associações de Aposentados (AEA´s) engajadas e parceiras da Fenae e Apcefs na luta política em defesa dos nossos direitos. E por outro, ver nossos colegas mais jovens, da ativa, assumirem nossos papéis nessa luta. Seria maravilhoso dividir com eles os espaços das Apcefs”, pontua.
Boas-vindas
O evento foi aberto com uma recepção calorosa da diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas da Fenae, Rita Lima. “Foi é um evento feito com todos carinho pela Fenae e Apcef Espírito Santo com o intuito de produzir diálogos, ouvir os associados e proporcionar momentos de lazer e descontração, disse”.
“A Fenae completou 54 anos e sua história não representa só os empregados da Caixa, mas influi na luta pela democracia, por direitos e por melhores condições de vida. Seguimos vivos nesse propósito. Muitos de nós construímos essas lutas e estamos aqui porque nossos sonhos não envelhecem”, destacou a diretora.
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, saudou os aposentados e pensionistas da Caixa e conectou as lutas do passado e do presente. “Esse é um ano especial, em que comoramos 40 anos da greve de 1985. Foi uma virada de chave nas nossas vidas e na da Caixa, e chegamos hoje com disposição pra lutar pelo nosso Saúde Caixa. Nós, que cuidamos da população brasileira, também merecemos ser cuidados e contamos com a disposição de quem ajudou a construir a greve de 1985”.
“É muito importante ver associações de aposentados e Apcefs juntas promovendo encontros como esse, na luta pela saúde, pela promoção do bem-estar, do esporte, da qualidade de vida. Vamos continuar caminhando juntos e fazendo mais. Esse encontro de gerações é fundamental para uma vida melhor”, completou Takemoto.
O presidente da Apcef/ES, Cláudio Bastos, falou da alegria de sediar o evento. “É um prazer e uma honra para a Apcef/ES. Encontros como esse são uma oportunidade para aprender e trocar experiências; eles estreitam laços, nos permitem rever colegas e nos revigoram”.
Marcos Saraiva (Marcão), diretor de Administração e Finanças da Fenae, destacou o empenho na construção do evento. “Após a edição do Piauí, estamos muitos felizes em trazer o Meu Ideal para Espírito Santo. A Apcef/ES tem uma estrutura que nos deixa maravilhados e a Fenae está aqui para dizer aos associados capixabas ‘contem conosco’, em todas as horas, em todos os momentos”.
Dionísio Reis Siqueira representou a Funcef e falou sobre perspectivas de futuro. “Hoje estamos cultivando sonhos, objetivos e perspectiva de futuro. A Funcef está aqui para isso, ela garante que sejamos empregados da Caixa do momento em que entramos até o fim da vida, e por isso nossas entidades são tão importantes”, pontuou.
A diretora da Associação dos Economiários Aposentados do Espírito Santo (AEA/ES) Penha Favarato também fez uma saudação. “É possível estar aposentando e continuar ativo em tantas lutas, feliz, vivendo bem e com saúde. Somos privilegiados por termos essas atividades”, salientou.
Palestras: etarismo e sexualidade
Combater o preconceito, valorizar a maturidade e legar aos mais jovens a experiência de gerações. Essa foi a mensagem deixada pelo especialista e ex-bancário da Caixa Francisco Erismar, que conduziu a palestra “Etarismo – Novo nome para um velho preconceito”.
“A nossa sociedade não leva em conta a experiência dos mais velhos. Temos no Brasil aproximadamente 30 milhões de pessoas idosas. Nas próximas décadas, estima-se que esse número chegue a 60 milhões, o que representaria 30% da população. Olha o peso político, econômico e cultural que tem a nossa geração! Não podemos descartar essa experiência e vivência. É preciso pensar um projeto de envelhecimento para todas as idades”, afirmou Erismar.
A diretora Rita Lima, que mediou a mesa, lembrou: “o etarismo é a discriminação baseada na idade, um preconceito enraizado que marginaliza pessoas por serem consideradas “velhas demais” ou “jovens demais” para certos papeis sociais. No contexto do envelhecimento, o etarismo nega autonomia, exclui do mercado de trabalho e até limita acesso a serviços básicos como saúde e lazer”.
O momento foi recheado de intervenções de empregados da Caixa que compartilharam suas trajetórias após a aposentadoria, com exemplos vivos de renovação, capacitação e resistência ao etarismo.
Os desafios, tabus e as muitas possibilidades da sexualidade para as pessoas idosas também foram pontos de diálogo, conduzido pela psicóloga e sexóloga Cynthia Perovano. “O sexo é um tema marcado por tabus. A pornografia, muitas vezes, é a única forma pela qual acessamos esse debate, porque é um tema ‘proibido’. Mas sexualidade é um direito, uma necessidade humana básica, e vivenciar e experimentar a nossa sexualidade é fundamental para a nossa qualidade de vida”, explicou Cynthia.
A mesa chamou a atenção para o preconceito contra a sexualidade dos idosos. “Convivemos com estereótipos que marginalizam os idosos como seres assexuados, o que definitivamente não somos. Estamos ativos em todos os aspectos da vida”, lembrou a diretora da Fenae Lourdes Barboza.
Alegria e magia
O artista Passarim trouxe alegria e magia para o Meu Ideal-ES. Ao longo o evento, ele fez apresentações teatrais e musicais que mexeram com público, recolocando de forma sensível e lúdica os temas abordados durante o dia.
Oficinas
Parte da programação foi reservada para oficinas e vivências de autocuidado e cuidado coletivo, como massagens corporais e nos pés, reflexologia e sessões/aulas de biodança. Houve ainda apresentação do projeto social realizado parceria da Fenae e Apcef/ES com a ONG Moradia e Cidadania. O evento foi encerrado com uma linda apresentação da banda de Congo Beatos de São Benedito. O Congo é uma manifestação cultural e religiosa típica do Espírito Santo, que remonta tradições de matriz africana e indígena, e é um dos principais elementos da cultura popular do Espírito Santo.
A edição capixaba do Meu Ideal foi a segunda presencial do evento. A primeira ocorreu no Piauí, em 2024. O programa Meu Ideal é uma iniciativa da Fenae em parceria com as Apcefs, e visa proporcionar um momento especial de troca de experiências e ideias entre os participantes.
Participações
Confira depoimentos de quem participou do evento e aproveitou toda a programação:
“Esou muito feliz de estar aqui nesse evento proporcionado pela Apcef e Fenae, com uma equipe maravilhosa, com toda a logística organizada, revendo os colegas, ouvindo as palestras. Foi um dia brilhante. Eu, que sempre frequento as atividades da Federação, termino o dia com um sentimento muito bom de ter estado aqui”, elogiou Marcos Libardi, que ingressou na Caixa em 1981 e está aposentado há sete anos.
“Está sendo muito bom rever colegas, conhecer pessoas, ouvir coisas sobre as quais não conversamos no dia a dia e que são importantes para essa fase da vida. Gostei muito de participar, o evento está bem organizado e dinâmico”, avaliou a bancária Adriana Pessoti, que aposentou-se em 2024.
Jantar
Por ocasião do Meu Ideal, a Apcef/ES promoveu um jantar celebrativo para a diretoria da Fenae na noite da quarta-feira, 04. O evento contou com uma demonstração culinária do diretor da Associação Titony Barcelos, que preparou uma tradicional Moqueca Capixaba, prato típico do Espírito Santo. Titony já foi premiado no concurso gastronômico Fenae Gourmet, concorrendo com a receita da Moqueca.
“A nossa proposta com a demonstração da moqueca capixaba foi valorizar a cultura, a tradição e a identidade do Espírito Santo. A moqueca não é apenas um prato, mas um patrimônio cultural que carrega histórias, saberes e sabores transmitidos de geração em geração. Além de ensinar o preparo, queremos que as pessoas entendam a importância da panela de barro, do uso de ingredientes frescos e do respeito às nossas raízes. É uma oportunidade de preservar essa tradição e, ao mesmo tempo, despertar o interesse pela nossa culinária”, contou o Titony.